(res.pi.ro)

Fig. Folga, descanso.

Tenho aprendido que é preciso res.pi.rar. Assim, com bastante calma. É que a nossa relação com o tempo tem sido cada vez mais acelerada.

Passamos uma semana inteira esperando pela sexta. Um ano inteiro esperando pelas férias. Aos 20 estamos correndo atrás do que queremos ser aos 30. Aos 30 estamos preocupados em como será a vida aos 40 e aos 40 achamos que já não há mais tempo pra conquistar. Produzimos, consumimos, esgotamos e o objetivo é nunca parar. Ufa! Não é à toa. Nos acostumamos tanto a buscar mais, produzir mais, ter mais, ser mais, que não sobra tempo pra olhar o agora. E então, aceleramos cada vez mais.

André Carvalhal (autor, escritor e consultor nas áreas de marketing, tendências de comportamento, moda e sustentabilidade) é praticamente um guru pra mim. Em seu livro - Viva o Fim, ele questiona a forma como nos comportamos e a nossa relação com o tempo e o consumo. Para ele, tudo o que conhecemos até agora está perto do fim e precisamos celebrar. É fato que não há recursos naturais e nem mesmo sanidade mental suficientes pra suprir tantas coisas em tão pouco tempo. Precisamos recomeçar.

Foi nessa falta de atenção com o agora, que o mundo gritou por socorro e parou - literalmente! Estamos vivendo uma pandemia e fomos obrigados a desacelerar. De uma hora pra outra, não havia mais como planejar e, menos ainda, executar qualquer projeto. Fomos ensinados a viver o hoje, agora. Entendemos que respirar é a única coisa que nos mantém vivos. Paramos e nos ressignificamos pra só agora voltar a caminhar. Um passo de cada vez. Um dia de cada vez. Sem esquecer de res.pi.rar.